quinta-feira, 14 de julho de 2011

Memórias de Adolescência (3) - Festas!

Os "Arrastas"
Os "arrastas" eram as festinhas dançantes e aconteciam quase todo mês na nossa rua. Fosse aniversário ou outro motivo qualquer, sempre havia um lugarzinho e um tempinho pras festinhas. 

Tinham os "arrastas" formais e os informais. Nesses últimos tudo era arranjado de qualquer forma, meio de improviso, como luz negra, o som, pouca gente, etc e tal. Nos primeiros as coisas funcionavam mais organizados. Luz negra de uma "empresa", som de "Helisom", vários convidados, comida e bebida. As bebidas eram refrigerantes e no máximo rum com coca-cola, o famoso "cuba libre". 

Tinha dança solta e dança "colada". Música lenta e música mais "dançante".  A tal de dança lenta, nem sei se era mesmo uma dança, mas... Nas festinhas, todas tinham que ir de roupa nova, era muito engraçado isso, nem que fosse roupa emprestada uma das outras (trocas)...

E as "conquistas"...

As paqueras eram engraçadas. Olhares... Conversas, muito poucas. Quando o menino tinha carro ficava passando na rua mil vezes... Se tinha um "arrasta" chamava a menina pra dançar, preferencialmente músicas lentas. 
Quando acontecia algum namoro, era muito doido. Na maioria das vezes o menino mandava outra menina pedir àquela que ele queria namorar (perguntar se queria...). E, se a resposta fosse positiva, ficavam que nem estátuas, de mão dadas... Alguns namoros eram mais afoitos e rolavam uns beijos, pra escândalo das outras... 

Os Carnavais...

Nos carnavais íamos pro América. Até 14 anos tínhamos que ficar na parte de baixo, e só as tardes. Depois, podíamos ir à noite e ficar na parte de cima.

Eu ( a 3ª da esq. p/a direita) e amigas num carnaval no América.
Durante o dia tinha uns blocos. Uns carros alegóricos puxados por tratores. Nossos pais não nos deixavam ir. Então, acompanhávamos os blocos e íamos só pros "assaltos", que era quando eles entravam em alguma casa...


As Matinés nos Clubes...

Aos domingos tinham umas festas às tardinhas, nos clubes ABC e América. Começavam tipo seis da tarde e terminavam às dez. O América era mais chique, mas fomos algumas vezes também pro ABC. Todas iam escondidas. Uma vez a mãe de uma delas a tirou, quase arrastada, da "pista de dança" no ABC... 

Sede do ABC antigamente, no bairro de Petrópolis onde hoje é o CCAB Norte (http://nataldeontem.blogspot.com/2008_09_01_archive.html)
O lance era o seguinte. Íamos pra missa das 5;00h todas "arrumadas" (Ir à missa, significava - muitas vezes - ficar do lado de fora da Igreja, que era super-lotada, e, "nada de missa"...). 


Depois, no meu caso, ia pra casa, ficava com a roupa, mas calçava umas sandálias tipo "havaianas" e dizia que ia pra casa das amigas. Uma forma de "enrolar" os pais... Os sapatos ou sandálias "chiques" ficavam escondidos na garagem. Na saída trocávamos um pelo outro, e a sandália ficava lá pra ser trocada na volta... O fato era que íamos pro América. Quando chegava a hora de voltar (antes das dez), tirávamos os sapatos ou sandália "chique" e voltávamos pra casa correndo descalças... 

Dançar era engraçado, porque às vezes tínhamos que nos esconder pra não ter que "dar um fora" em algum menino que não nos interessava... 

E as Festinhas Noturnas...

A partir dos 15 anos podíamos frequentar as festas nos clubes, que começavam às onze da noite. Nessas, as mães acompanhavam. No meu caso e da minha amiga Mara, eram nossos pais os acompanhantes. O problema era que eles eram muito corretos e não gostavam quando a gente "dava fora". Achavam falta de educação, então tínhamos que inventar alguma coisa pra sair de perto da mesa... 

Nessas festas, eu só podia ir uma vez por mês e avisando com bastante antecedência. Mesmo assim, às vezes minha mãe cortava o "barato" e proibia minha ida. Eu reclamava junto ao meu pai que era mais "meu amigo", mas nem sempre ele tinha força pra ir contra ela... Resultado: ficava em casa chateada da vida...

E pra concluir...

http://juu-rawr.blogspot.com/2010/10/15-anos.html
Por falar em 15 anos, minha festa foi na minha casa. Foi ótima! Foram meus amigos e amigas e também os de meus pais. Teve luz negra, som legal, dança e tudo mais...

Meu irmão mais velho, que é quase quatro anos mais novo que eu, tomou um "porre" de whisky. Como ninguém tava prestando atenção ao "menino", ele ia pegando os copos com bebida que passavam nas bandejas dos garçons... Quando todo mundo foi embora, encontrou-se ele deitado no jardim, arriado. De pileque total! 
http://thejacks.blog.br/tag/porre/
Quase não postava fotos dos meus 15 anos, porque meu irmão "do meio" carregou meu álbum... Mas, devolveu... E olhem aí abaixo!

Com o Bolo...

Nos "parabéns", com meu pai e meu irmão (que "capotou" no final), e algumas amigas...
Dança com meu pai!







3 comentários:

  1. Puxa, ando me deliciando com suas aventuras pregressas menina, que legal...

    Ah, ontem fechei também a leitura de seu livro, muito gostoso, parecia que estávamos tomando um café a ouvir seus relatos....

    Gorete Macedo

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  2. Maria Lígia ( Mara)17 de julho de 2011 às 17:14

    Ana Célia!!!! essas fotos são uma relíquia! Dentre as amigas de adolescencia algumas poucas perdemos contato. Que bom seria reencontra-las. Esse seu aniversário foi um arraso. Um arrasta para nunca mais esquecer. Há as paqueras!!!! Também o fato de dançar com alguem nos arrastas ou nas matinês significava que esse alguem estava interessado em nós. E os olhares (flertes)!! kkkk.
    Nas festas quando estavamos dançando com nossos paqueras o bom era que tocasse uma música lenta para dançar coladinho...
    Esse carnaval (das fantasias iguais), kkkk, foi inequecível, esse desenho na frente da fantasia foi bordado por nós. Eu ia na casa de Luciana para bordar, via a hora chegar o dia do carnaval e o bordado não esta pronto,rsrsrs.
    Aliás, eu tenho uma foto desse carnaval com eu, você e Fernandinho.Penso que Cacilda ( lembra dela!) também estava neste carnaval, tenho a vaga lembrança que ela estava e com uma roupa igual a essa que bordamos.
    Que martirio era ir para o América ou ABC! Além de ir escondido, tinhamos que voltar mais cedo e inventar uma história pra lá de mirabolante para nossos pais, depois de vir da festa a pé e correndo. Uma vez voltei correndo com o sapato na mão.
    Há, pensando bem, agente se alegrava com bem pouco, ficava esperando o paquera passar de carro na nossa rua, o coração ia a mil... e só por isso ficavamos radiante.
    Imagine se houvesse celular nesta época!! porque, eu por exemplo, só não ligava para a casa de meus paqueras porque tinha vergonha da mãe dele atender, imagine o que eu ia dizer???

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  3. Mara,essas suas lembranças complementam os textos! Ótimas!

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