sexta-feira, 29 de julho de 2011

Memórias da Infância (8) - De algumas viagens...


Algumas vezes viajávamos todos juntos, os irmãos e primos mais velhos, meus pais e meus tios, cada qual no seu fusca. Às vezes vovô também ia. Vovó ficava cuidando dos mais novos. Lembro de uma viagem a Paulo Afonso e Salvador passando por outros lugares. Foi massa! 
Na balsa de Penedo, meu pai e os dois fuscas, o dele e o do meu tio.
O Boi a Cobra em Paulo Afonso - a galera toda, só faltou minha tia que estava batendo a foto (?) - !
Nas cachoeiras de Paulo Afonso, Bahia (minha, tia, minha mãe, meu pai, meu tio e vovô (parece!) 
Os banhos nas piscinas naturais de Paulo Afonso continuam na minha memória. Me lembro também de uma piscina enorme, de água quente, num hotel em Caldas do Cipó

Balneário Caldas De Cipó Bahia - emule.com.br
De Salvador, o que mais recordo é de um candomblé (?) que fomos (e eu com um medo danado!). E, de meu irmão fazendo um "pega" com meu primo mais novo, um descendo pelas escadas e outro pelo elevador do hotel. Meu irmão quase cai por uma janela, se embolando pelas escadas... E tem outras histórias engraçadas deles, mas não dá pra contar aqui não!


Em Recife (não lembro se foi na volta dessa viagem à Bahia, ou outra...). No barco da frente: eu e Markito. No outro: João e Cabeto.
Várias vezes, ou algumas, íamos a Recife com um casal amigo de meus pais que tinha uma kombi. Era uma bagunça só, com um monte de criança dentro. A amiga de minha mãe levava ovo cozido pra essa turma lanchar. Imaginem! Em Recife ficávamos no Hotel Nassau no centro da cidade, e, lembro de termos almoçado algumas vezes no restaurante Leite (http://www.restauranteleite.com.br)

E era numa kombi assim que viajávamos rumo ao Recife...
Fomos uma vez a Manaus e Belém. Dessa vez, somente eu, meu pai e minha mãe. Antes da viagem, fui com minha mãe comprar um maiô novo pra tomar banho nas cachoeiras e rios de Manaus. 

Lembro que compramos um lindo maiô laranja. Daí paramos numa banca de revista, e poucos minutos depois eu me dei conta que estava sem o pacote do meu maiô! Não o encontramos e voltamos pra comprar outro. Não tinha mais laranja, compramos azul! 

Primeira parada: Belém. Minhas malas não chegaram. Lá íamos ficar na casa de um dentista, amigo de meu pai, Adelindo. Dele, é uma famosa frase que meu pai costumava repetir: "engraçado é palhaço, eu sou gracioso"!

Belém na casa do amigo de pai: Eu,  um filho do casal, minha mãe (atrás de mim), a esposa do amigo de pai e meu pai (de óculos), Adelino seu amigo, e um bebê filho do casal de Belém.

Bom, sem malas, minha mãe comprou novas roupas pra mim. Adorei! Lembro de uma saia de quadros, verde... Depois, as malas apareceram...

Em Manuas ficamos na casa de Geraldo, primo de minha mãe. Entre todos os passeios que fizemos na cidade, curtia mais os banhos de cachoeira e de rios, e u passeio de lancha com direito a ver o encontro dos rios Negro e Solimões. 

Manaus. Com primas e meu pai. Eu, sentada na pedra de maiô azul.

Nas cachoeiras em Manaus, eu e meu pai.

Manaus, nas estradas comprando pupunha. Eu, com meu maiô azul!

Voltando à nossa terrinha e seus interiores...

À Macaíba, terra que minha mãe nasceu, íamos sempre na época das jabuticabas. Era uma festa. Meus irmão e primos, meus avós, meus pais e tios.. E mais um monte de gente da família! A gente comia tanta jabuticaba, com caroço e tudo, que se "empanzinava" como dizia "Dona". 

Também íamos a Macaíba pras feiras dos sábados. Eu adorava comprar panelinhas e cavalinhos de barro, bonecas de pano, etc. e tal...





quarta-feira, 27 de julho de 2011

Memórias da Adolescência (7) - Verões Veraneios

Em Pirangi do Norte...
Pirangi, quase em frente à nossa casa...
Pirangi de hoje...
Os veraneios em Pirangi eram ótimos, especialmente na época de adolescentes. 

Durante as manhãs, banhos de mar e de sol pra pegar um bronze... 

Aqui vale um parêntese: Esse bronze, fosse no veraneio ou em praias de Natal, era algo ultra perigoso, mas na época não sabíamos dessas coisas... Pra o bronze ser perfeito passávamos óleo de bronzear com coca-cola, com beterraba ou até um tal de "óleo de avião". Eu, hem?

Nas tardes tinha um voleybol em uma das casas (na época eram poucas casas...). Uma turma que jogava e outra que assistia. Normalmente eu ficava na platéia, mas algumas vezes, quando tinha pouca gente eu participava dos jogos. De toda forma era ótimo!
Antas do voley, íamos em alguma das casas dos amigos e ficávamos escutando música, em radiolas ou no som dos carros...

Meu pai tinha a mania de mandar a gente descansar depois do almoço. Eu odiava porque queria ir logo pra casa dos amigos. Mas, esse ritual de pelo menos uma hora "na cama", tinha que ser cumprido...

Às noites ficávamos conversando (alguns namorando), ou íamos pra algum "arrasta". Ás vezes, rolava uma festinha em Pirangi do Sul e íamos com uma lanterna na mão, os meninos assustando as meninas, principalmente ao atravessar uma ponte. Na verdade havia duas pontes. Nos passeios diurnos passávamos por uma de madeira que era totalmente velha com umas partes quebradas. Aí era que os meninos gostavam de nos fazer medo, pulando na ponte pra fazê-la balançar...

O rio que divide os dois "Pirangis" (o do norte e o do sul)

O som das festas, dos carros e radiolas era muito bom. De Santana, passando por Bee Gees, Beatles, Bread, Simon and Garfunkel e outras tantas bandas, valia tudo que era de bom gosto para a época! Algumas músicas ficaram gravadas na memória... I Started a Joke, etc.... 


E tinha um lance muito interessante: os meninos faziam serenatas pras meninas com radiola de pilha... Lembro bem dessa música: Reflections of My Life (http://www.youtube.com/watch?v=79NiN7ISW7E)

É isso! Reflexões da minha vida adolescente...







terça-feira, 26 de julho de 2011

Memórias da Adolescência (6) - Estudando "numa boa"!

De escolas, já falei em outro texto. Então vou me ater aqui mais ao CIC (Colégio Imaculada Conceição) que passei a frequentar aos 14 anos. Lá fiz o científico para área de tecnologia, hoje equivalente ao segundo grau. 

Foi quando comecei a me rebelar, ou seja, não quis mais ser uma aluna bem comportada. Ensaiei algumas "rebeldias" mas que não deram muito certo, pois continuei a ser vista como estudiosa e bem comportada em sala de aula. Mas, bem que tentei...

http://okylocyclo.blogspot.com/2009/07/solteira-que-curte-funk-e-como-menina.html
Por exemplo, chegava alguns dias atrasada e, imitando outras alunas, pulava o portão (que fechava sempre ao toque de iniciar as aulas). 

Também "passei cola" pra algumas colegas. Lembro de uma vez que o resultado de uma equação matemática era Δ > 0, e no final muita gente já tava escrevendo 470... Lógico que o professor terminou descobrindo a "arte", mas nem pensava que tinha sido eu a autora!

Outra vez, eu e uma amiga (as duas da "turma bem comportada"), participamos de uma confusão que nem lembro o que era e fomos "pra fora de classe". Pra ninguém nos ver, nos escondemos no banheiro por horas... E, pensem num banheiro fedorento!

Com umas colegas, dei umas "fugidas" na hora do recreio pra passear no centro da cidade. Íamos ás Lojas Brasileiras (Lobrás) e comprávamos pitomba na calçada do colégio...

Acho que minhas tentativas de "virar" mal comportada não atingiram bem o objetivo. Fora as contadas, participava das "rodas" das meninas mais danadas, que fumavam e escondiam o cigarro debaixo das saias, por exemplo. Mas, eu era uma atriz coadjuvante e passiva. 

Assim, continuei estudiosa, mas, consegui alguns poucos dias de glória na "onda" da rebeldia!
Na sala co CIC (eu: a 2ª da primeira fila, da esq. p/a direita, cabelos soltos)
...

Ah! Preciso falar de uma temporada em FortalezaEu tinha 17 aninhosUma crise de amigdalite me fez "parar" lá! Essa tal "ite", com febre intensa, fez com que eu perdesse os últimos dois dias do vestibular em Natal.
Fortaleza, anos 70 -  http://sobralemfotos.blogspot.com/2010/05/antiga-avenida-beira-mar-de-fortaleza.html

É uma longa história. Resumindo: eu até fui fazer as provas, mas, com a febre não consegui me concentrar e nem concluir... Minha mãe me culpou dizendo que isso tinha acontecido porque eu tinha ido pro "reveillon" e por isso adoeci! Logo em seguida, fiz a cirurgia das amígdalas.


Pra não perder o ano, meu pai me mandou pra Fortaleza (ele tinha se formado lá e portanto tinha vários amigos). Mas, do jeito que ele me mandou, fez o possível pra eu voltar depressa! E eu que tava adorando a nova vida, com novas amigas, festinhas diferentes e uma "adentrada" ao rock... (Além, claro dos forrós, pois estamos falando em Fortaleza, mesmo há tempos atrás! Embora, eu nunca tenha tido grandes paixões pelo forró, mas... tudo era festa!)


Depois de seis meses, voltei! Voltei com vários LPs de rock, que até hoje meus irmãos falam neles. Alice Cooper, Pink Floyd, Led Zeppelin, Yes, e de quebra um disco de Band on the Run de Paul !

Os rocks mais pesados foram conhecidos escutando no caminho pra universidade, numas caronas de um cara muito doido, mas "boa gente", num karmann ghia.. Eu e uma menina bem séria e estudiosa como eu, que não combinávamos com esse estilo, de repente estávamos a curtir o som! 
Falando em músicas, Fortaleza também me apresentou a Billy Paul em uma boate bárbara chamada Barbarella (acho)!  
(Ver Billy Paul - Your Song em http://www.youtube.com/watch?v=Se4OOKqAiJM)

...

Sons à parte, voltando aos estudos, eu tenho sempre dito que eu era estudiosa.. Pensando bem, nem sei se era tanto. Eu era mais uma aprendiz auto-didata, pois não conseguia prestar muita atenção às aulas. De repente me pegava pensando em outras coisas, em outros mundos... 


Se a aula fosse espetacular, como dizia meu pai, aí sim, eu tava lá atenta. Mas, a maioria não era nunca lá essas coisas todas. Então, sobrava pra eu ler sozinha em casa. Mas, eu tinha a mania de deixar as coisas pra última hora, e, muitas vezes acordava de madrugada no dia das provas pra estudar.. Enfim, como ninguém sabia desses detalhes e eu estava  sempre entre as primeiras, tinha essa fama... Como diz o ditado "cria fama e deita-te na cama"!

http://silviakochen.wordpress.com/2011/06/09/sobre-a-boa-educacao/estudando/
... 

Ia esquecendo de contar uma das minhas maluquices... Na escolha do curso de graduação terminei optando por Engenharia Civil. Mas, eu queria mesmo era fazer Engenharia Mecânica. O motivo? Queria trabalhar na fórmula 1! Era só o que faltava! Mas, em Natal não existia ainda Mecânica, daí optei por Civil O motivo? Queria construir estradas. No fim das contas, eu queria aventuras! Mas, ao me deparar com a disciplina, me decepcionei. Mudei tudo e virei uma engenheira de produção!

http://www.cartuningrevolution.com/blog/index.php/category/formula-1/
Em todos esses anos de estudos, eu também me divertia Tudo ainda era uma brincadeira, mas levada a sério (pode? pôde!)... Nunca tive preocupações com o futuro, se ia ou não conseguir emprego ou coisas do gênero! Vivi meu presente de adolescente intensa e divertidamente!

E "entrou por uma perna de pinto, saiu pela perna de pato, rei senhor mandou dizer que contasse até quatro...".











sexta-feira, 22 de julho de 2011

Memórias da Adolescência (5) - Saindo por aí...

Nos fins de semana e nas férias tínhamos vários programas. Além das matinés nos clubes, podíamos ir lanchar, ver filmes, ir nas praias e tantas outras coisas...


Lanchar na Kixou


Íamos ao centro da cidade para lanchar na Kixou. Era uma sorveteria e lanchonete bem famosa! Normalmente pedíamos um sunday ou um milk-shake com torrada ("queijo quente"). 

Nos esconderijos dos cinemas...


Também podíamos ir ao cinema. Na época existiam três cinemas que se podia frequentar: O Rio Grande, o Nordeste e outro que não lembro o nome que ficava na Av. Rio Branco. Ah, lembrei! Cine Rex! Esse era o menos frequentado, parece que não era de "qualidade"...

Tínhamos carteiras de estudante falsas, feitas por uma amiga que já trabalhava como estagiária e tinha acesso a máquinas de datilografia. O processo era simples: Fazia-se um pequeno "buraco", com tesourinha, na parte onde tem o ano de nascimento das nossas carteiras verdadeiras, e lá ela datilografa outro ano. Depois cobria com durex.


Assim podíamos assistir aos filmes de 18 anos. Não sei como não nos flagravam. Na verdade, algumas vezes éramos "barradas" por algum fiscal de menor que não acreditava muito nas carteiras... Vexame! E, quando conseguíamos entrar, ficávamos nas poltronas mais escondidas, ou nos andares superiores, pra caso aparecesse um fiscal, não nos encontrasse...


"De bobeira" na Praia dos Artistas


Os carros ficavam parados na Praia dos Artistas e a galera encostada neles. Outros carros passando. Eita programa "besta", mas bom! Ver os carros passarem (na verdade quem estava nos carros) ou passar dentro de um desses carros (ou seja, "se mostrar"!). Esse era um programa vespertino.
Praia dos Artistas e Ponta do Morcego - http://www.baixaki.com.br/papel-de-parede/25638-ponta-do-morcego-natal-rio-grande-do-norte.htm


Pelas manhãs, a praia mais frequentada era a "Do Forte", mas teve um tempo que a "Dos Artistas" também foi moda. Esse era um programa de "torrar" ao sol!


Jogos no Palácio dos Esportes
O Palácio dos Esportes atualmente (By Wilson Alcaras)

Os jogos colegiais aconteciam uma vez por ano. Aí virava um feriadão, aliás, quase umas férias! Pelas manhãs, tardes, e, principalmente às noites, todo mundo estava no Palácio dos Esportes. Fosse pra torcer pelo seu colégio ou pra "paquerar", o programa era esse!


Uma única vez, quando ainda eu estudava no Maria Auxiliadora, participei efetivamente dos jogos. Corrida de revezamento e salto em altura. Imagine eu, do meu tamanho, saltando alturas! Ah, esse tipo de esportes não era no Palácio, claro, e sim na pista de atletismo do 16º Batalhão do Exército, na Hermes...


O que gostei mesmo foi do desfile, pois assim, poderiam me ver como uma participante real dos jogos, uma "atleta". Mas, como nada é perfeito, nas nossas blusas tinha o emblema do colégio, escrito MIA, com destaque para a letra "I"  de Instituto. Como tal letra tava no meio, o pessoal pra sacanear chamava a gente de gato, "miando" quando passávamos, já que a leitura era "mia"... Saco!
http://galeria.colorir.com/desportos/jogos-olimpicos/salto-em-altura-pintado-por-anonimo-550884.html


Piscina do América

Dar uns saltos do trampolim da piscina pequena (a funda) era o máximo. Sempre podíamos "pular de cabeça" do trampolim mais baixo, o que já era um tanto difícil. Do mais alto, só em pé. Sei que num desses pulos eu fui ao fundo profundo e quando olhei pra cima só vi um montão de água... Pensei que fosse morrer e que não iria conseguir chegar à superfície pra respirar. Quando consegui, tive uma crise de falta de fôlego e fiquei um certo tempo me recuperando. Foi "punk"!
Sede do América

Já a piscina grande, que era pra nadar, usávamos mais pra "tomar banho", conversar e  pegar um bronze. Mas, o grande barato era conseguir que os cabelos ficassem verdes! Pra isso tínhamos que clareá-los antes com chá de marcela... E tome banho de piscina com muitos mergulhos pra ter cabelos verdes...
http://www.flickr.com/photos/29611560@N03/page9/

Que mais?


Já contei das festinhas, dos carros ... Nos textos seguintes, ainda vou contar dos veraneios, das escolas, enfim... Já tou contando quase tudo.  Acho que sim, pelo menos o que a memória conseguiu "me contar" até agora... 













quinta-feira, 21 de julho de 2011

Memórias da Adolescência (4) - Às escondidas, mas...

Tudo bem que fazíamos mutas coisas às escondidas de nossos pais... É verdade mesmo, pois nem sempre eles iriam concordar com nossas vontades. Uma festa uma vez por mês? Era pouco pra nós... Biquinis? Claro que sim, claro que achávamos normal... Passear de carro? Pra nós, super tranquilo. Enfim... Tudo pra nós era normal. Adolescente é assim mesmo... Mas, não era normal pra alguns de nossos pais...

Logo, omitíamos algumas coisas, mas... Não contávamos com alguns detalhes (ou pessoas)...
Meu irmão mais velho e um amigo, ficavam "espreitando" a gente, na esquina, por trás de um muro... Aí se entrávamos em um carro de algum menino, ele ia "enredar" a meu pai..

Eu usava biquíni escondido de meus pais. Minha mãe, só liberou depois de uns tempos. Mas, antes da liberação, eu escondia os biquines molhados nas gavetas de meu birô. Meu irmão, um dia foi lá, pegou um, e, mostrou aos meus pais na hora do almoço com todos à mesa. Eu quase o matei...

Ele era mesmo um chatinho (mas agora ele é meu amigão!). Em Pirangi, nos veraneios,  eu ia pra uns "arrastas", também escondido. Lembro, de pelo menos uma vez, ele levando meu pai "pela mão" e... Iam me buscar... E sempre na hora que eu estava na maior diversão, toda "crente que abafa" pensando que tinha conseguido enganar todos da minha casa... Na verdade, eu não mentia, apenas não dizia...

Pois é, mas desde pequena que eu batia no pobre, de repente essa foi a vingança dele... Vale salientar que, depois que ele cresceu mais, passou a bater em mim, e eu tinha que correr porque perdia pra ele em termos de força. A minha salvação era que ele tinha os cabelos grandes, o que facilitava que eu os puxasse e depois corresse... 

Mas, esse "meu espião" adquiriu grande força, não apenas física, pois sabia como me atingir. Imaginem que no tal sistema de ventilação que tinha na nossa casa (e que já falei sobre isso em outro texto), tipo um sótão, ele conseguia jogar farinha no meu quarto quando eu pensava que estava a salvo dele, lá trancada. 

E o pior: Quando eu saia de casa ele detonava, junto com os amigos, alguma coisa minha. A vingança maior dele foi quando passou pasta de dentes, imitando um bigode no meu poster de Romeu... Ah danado! 
Meu poster antes de ser "detonado" por my brother!
O cartaz do filme - http://filmow.com/romeu-e-julieta-t7689/















quinta-feira, 14 de julho de 2011

Memórias de Adolescência (3) - Festas!

Os "Arrastas"
Os "arrastas" eram as festinhas dançantes e aconteciam quase todo mês na nossa rua. Fosse aniversário ou outro motivo qualquer, sempre havia um lugarzinho e um tempinho pras festinhas. 

Tinham os "arrastas" formais e os informais. Nesses últimos tudo era arranjado de qualquer forma, meio de improviso, como luz negra, o som, pouca gente, etc e tal. Nos primeiros as coisas funcionavam mais organizados. Luz negra de uma "empresa", som de "Helisom", vários convidados, comida e bebida. As bebidas eram refrigerantes e no máximo rum com coca-cola, o famoso "cuba libre". 

Tinha dança solta e dança "colada". Música lenta e música mais "dançante".  A tal de dança lenta, nem sei se era mesmo uma dança, mas... Nas festinhas, todas tinham que ir de roupa nova, era muito engraçado isso, nem que fosse roupa emprestada uma das outras (trocas)...

E as "conquistas"...

As paqueras eram engraçadas. Olhares... Conversas, muito poucas. Quando o menino tinha carro ficava passando na rua mil vezes... Se tinha um "arrasta" chamava a menina pra dançar, preferencialmente músicas lentas. 
Quando acontecia algum namoro, era muito doido. Na maioria das vezes o menino mandava outra menina pedir àquela que ele queria namorar (perguntar se queria...). E, se a resposta fosse positiva, ficavam que nem estátuas, de mão dadas... Alguns namoros eram mais afoitos e rolavam uns beijos, pra escândalo das outras... 

Os Carnavais...

Nos carnavais íamos pro América. Até 14 anos tínhamos que ficar na parte de baixo, e só as tardes. Depois, podíamos ir à noite e ficar na parte de cima.

Eu ( a 3ª da esq. p/a direita) e amigas num carnaval no América.
Durante o dia tinha uns blocos. Uns carros alegóricos puxados por tratores. Nossos pais não nos deixavam ir. Então, acompanhávamos os blocos e íamos só pros "assaltos", que era quando eles entravam em alguma casa...


As Matinés nos Clubes...

Aos domingos tinham umas festas às tardinhas, nos clubes ABC e América. Começavam tipo seis da tarde e terminavam às dez. O América era mais chique, mas fomos algumas vezes também pro ABC. Todas iam escondidas. Uma vez a mãe de uma delas a tirou, quase arrastada, da "pista de dança" no ABC... 

Sede do ABC antigamente, no bairro de Petrópolis onde hoje é o CCAB Norte (http://nataldeontem.blogspot.com/2008_09_01_archive.html)
O lance era o seguinte. Íamos pra missa das 5;00h todas "arrumadas" (Ir à missa, significava - muitas vezes - ficar do lado de fora da Igreja, que era super-lotada, e, "nada de missa"...). 


Depois, no meu caso, ia pra casa, ficava com a roupa, mas calçava umas sandálias tipo "havaianas" e dizia que ia pra casa das amigas. Uma forma de "enrolar" os pais... Os sapatos ou sandálias "chiques" ficavam escondidos na garagem. Na saída trocávamos um pelo outro, e a sandália ficava lá pra ser trocada na volta... O fato era que íamos pro América. Quando chegava a hora de voltar (antes das dez), tirávamos os sapatos ou sandália "chique" e voltávamos pra casa correndo descalças... 

Dançar era engraçado, porque às vezes tínhamos que nos esconder pra não ter que "dar um fora" em algum menino que não nos interessava... 

E as Festinhas Noturnas...

A partir dos 15 anos podíamos frequentar as festas nos clubes, que começavam às onze da noite. Nessas, as mães acompanhavam. No meu caso e da minha amiga Mara, eram nossos pais os acompanhantes. O problema era que eles eram muito corretos e não gostavam quando a gente "dava fora". Achavam falta de educação, então tínhamos que inventar alguma coisa pra sair de perto da mesa... 

Nessas festas, eu só podia ir uma vez por mês e avisando com bastante antecedência. Mesmo assim, às vezes minha mãe cortava o "barato" e proibia minha ida. Eu reclamava junto ao meu pai que era mais "meu amigo", mas nem sempre ele tinha força pra ir contra ela... Resultado: ficava em casa chateada da vida...

E pra concluir...

http://juu-rawr.blogspot.com/2010/10/15-anos.html
Por falar em 15 anos, minha festa foi na minha casa. Foi ótima! Foram meus amigos e amigas e também os de meus pais. Teve luz negra, som legal, dança e tudo mais...

Meu irmão mais velho, que é quase quatro anos mais novo que eu, tomou um "porre" de whisky. Como ninguém tava prestando atenção ao "menino", ele ia pegando os copos com bebida que passavam nas bandejas dos garçons... Quando todo mundo foi embora, encontrou-se ele deitado no jardim, arriado. De pileque total! 
http://thejacks.blog.br/tag/porre/
Quase não postava fotos dos meus 15 anos, porque meu irmão "do meio" carregou meu álbum... Mas, devolveu... E olhem aí abaixo!

Com o Bolo...

Nos "parabéns", com meu pai e meu irmão (que "capotou" no final), e algumas amigas...
Dança com meu pai!







terça-feira, 12 de julho de 2011

Memórias da Adolescência (2) - Loucuras com carros...

Já falei que os meninos dirigiam mesmo antes dos dezoito... 

Bom, vou contar mais...

O "barato" eram os carros que tinham som. Paravam onde nossa "turma" feminina aportava, e colocavam música. Música legal, tipo Santana, Creedence, Beatles... Nada muito alto. Som que dava pra conversar. 
Algumas vezes íamos com eles "dar umas voltas" de carro pelas ruas mais próximas. Íamos só por ir... Às vezes até a Praia dos Artistas no máximo. Tinha uma onda de "dar cavalo de pau". Nem tínhamos medo e entravamos nessa! Se fosse hoje, eu diria que eu tava louca! 

As meninas também começaram a "roubar" os carros dos pais, e nas tardes dos sábados entravamos na experiência de sair com alguma delas dirigindo pela primeira vez (ou primeiras vezes). Uma loucura! 

Eu mesma, "roubava" uma Brasília branca de meu pai, e enquanto ele "tirava a siesta" após o almoço dos sábados, eu ia com meu mano Carito dar umas voltas pelos arredores. Isso eu até já contei antes... 

A Brasília e meus irmãos mais novos...
Bem, uma vez levei também minha amiga Mara. Ela ficou "danada" quando percebeu que eu ia por cima dos canteiros ao fazer as curvas... E, o pior foi que uma vez resolvi ir mais longe. Me deparei com a feira do Alecrim, e quase não consigo dar a curva pra voltar... E, levando o coitado de Carito comigo nessas aventuras...

A maior loucura era um tal de "Barródromo" e que adorávamos ir. Ficava hoje onde é a Av. Eng. Roberto Freire, onde o pessoal "brinca" com aviões, tipo um aeródromo. Acho que é terreno militar. Pois lá ia um monte de adolescente com seus carros (aliás, carros de seus pais) a correr pela pista de barro, dando cavalo de pau, fazendo curva derrapando, na maior poeira e com mais um bando de amigos dentro do carro! 

Uma das nossas amigas, com o Opala de seu pai, enchia o carro com a gente e ia pro "Barródromo". Posso apostar que ela era das melhores. Podia perfeitamente competir com os meninos! Mas, que era um perigo era (isso aos nossos olhos de hoje)! E "haja" doidices de adolescentes!


http://opaleirosdoparana.ativoforum.com/t187-opala-ss-1971