segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

VIAGENS BY BIKE – O COMEÇO

Além as minhas viagens normais, quero dizer by plane, by car, e mais recentemente by train, eu acrescentei duas novas modalidades, as quais eu tive o prazer em experimentá-las apenas uma vez cada uma: by foot e by bike.


Fiz um trecho do Caminho de Santiago a pé, e escrevi um livro. 

Fiz o Canal de Midi, na França, de bike, mas ainda não escrevi nada. Vou começar a escrever nesse blog...

Mas antes disso, quero falar um pouco como tudo isso começou.

Entre os três e os cinco anos (não lembro muito bem) ganhei minha primeira bicicleta. Uma Mercswiss verde. Meu primo, Markito, ganhou outra igual. Acho que a dele era azul. No começo tinha umas rodinhas que não duraram muito. Logo, entre um empurra aqui e segura acolá, eu consegui sair andando na minha bike sozinha... 

O universo das viagens by bike era nossa casa na rua “Cônego Leão Fernandes” acrescido de um pedaço dessa rua.

Aos dez anos (acho) ganhei uma “Caloi Rio Quatrocentão”, azul e branca. O universo das viagens cresceu. Era a rua toda e arredores. Levava meu irmão Carito na garupa e, de vez em quando eu percebia que ele não tava lá. Olhava pra trás e via o coitado estatelado no chão.

Adolescente com outra bike maior, eu e minhas amigas “da Cônego” saíamos da nossa rua e percorríamos mais que arredores. Pela "Hermes da Fonseca" até a "Ângelo Varela", onde tinha o Stop bar, era o mínimo que ”viajávamos”. Nossas bikes eram nossos meios de transporte, ou senão eram nossos pés. Isso antes de começarmos a “roubar” os carros de nossos pais, mas essa é outra história...

Depois, me perdi das bicicletas ou elas se esconderam de mim. Preferi a comodidade dos carros, e a praticidade das academias de ginástica. 

Um dia, apareceu na minha frente um príncipe que em vez de cavalo branco vinha montado numa bicicleta. Aí tudo mudou...

Nos EUA numa das visitas ao meu filho Marcel, o príncipe “pedaleiro” (ou seria “pedalista”? porque vem de ciclista...) me incentivou a fazer spinning numa academia. Adorei! O spinning tem duas coisas que eu gosto: música e desafio. Pedalando com música eu viajava sem sair do canto, porque as músicas me fazem viajar, como também os filmes (e lá vou eu saindo da história e entrando noutras...). 

Bem, voltando ao “pedal”, na volta pro Brasil continuei praticando spinning e, mais afoita, comprei uma bike pra andar nas ruas com meu príncipe “pedaleiro”. Montada nessa bike revivi velhos tempos reconhecendo Natal de ponta a ponta, e principalmente os lugares por onde passava na minha infância e adolescência. Coisas que de carro você jamais vê! Alguém já disse: “Melhor que de bicicleta, só a pé”. 

Em Paris, há uns quatro anos atrás vi aquelas bikes de aluguel e tive vontade de me aventurar numa. Mas tava frio demais! Brrrrr... 


Já em Madrid, um ano depois, tive coragem e entrei num tour de bici. Percorri boa parte de Madrid. Eu, uma amiga, Adriana, e um bando de turistas. Foi massa!


Adriana, minha amiga, e eu (mais atrás) no tour de bike em Madrid. Em frente ao Templo de Debod.

De grão em grão a galinha enche o papo. De bike em bike o “juízo” enche de coragem ou de loucura. Trocando minha primeira bici por outras mais arrojadas, fui me atrevendo a fazer novos e maiores percursos.

Juntaram-se a nós, ou nós nos juntamos a eles, meu irmão Carito e minha cunhada Joane. E, além dos passeios por Natal, Rota do Sol, Via Costeira, Pirangi, Pitangui, etc., passamos a levar nossas bikes pra outras paragens e de lá fazer novos percursos. Pipa, Barra do Cunhaú, Mata Estrela, Baía Formosa, Nísia Floresta... 

Sem querer tirar o lado poético dos passeios de bike, devo lembrar que Natal não é um bom lugar pra se pedalar. Não existem vias próprias e os carros, em sua maioria, não respeitam bicicletas.


Carito, Santiago e eu. Arredores de Nísia.

Existe uma coisa fundamental em pedalar que parece loucura. A gente se sente muitas vezes exausta durante o percurso, mas esse cansaço se transforma em alegria. Loucura? Pois é, uma vez meu irmão Carito disse que Gary Fisher dizia algo parecido*


A gente pedala e vê lugares, pessoas e paisagens lindas, embora vemos também lugares inóspitos (como diria meu pai, imitando sua tia Sinhazinha Rocha). Tem as ladeiras, tem pedra no caminho, enfim, tem canseira. Mas, no final o sentimento pode ser traduzido como “estou ótima”, I feel good! Vontade de sair cantando por aí... E depois, comer bem, com um bom vinho ou uma boa cerveja, que ninguém é de ferro!


* “É minha amiga-amante de ferro, confiável e fiel. A bicicleta é liberdade, saúde, felicidade. É a invenção mais feliz dos últimos 200 anos. Traz alegria para pessoas no mundo inteiro. Um pouco de suor pingando e olhos ardendo, traseiro dolorido, pernas gritando, fome. Isso é bom. Isso é a bicicleta." Gary Fisher inventor da Montain Bike, Califórnia, anos 70

Vale ressaltar que eu não sou uma “pedaleira” nem pretendo ser. “Ando” de bicicleta, ponto. E, já tá de bom tamanho pra mim. Nem sou daquelas que dizem “vou pedalar”. Ainda uso o termo antigo “vou andar de bicicleta”, embora cada vez menos, pois estou me adaptando aos termos atuais. Às vezes, na brincadeira digo “vou bicicletar”, pois sou meio birrenta em falar termos “de galera”.

Eu, San e Carito...


Santiago (aquele “príncipe” que eu falei), Carito e Joane pedalam quase que diariamente e fazem trilhas incríveis. Eu consigo fazer trilhas. Ponto. Deixo as incríveis pra eles. Principalmente Santiago que é um “pedaleiro” de primeira! E, isso desde que ele era um menino, perambulando, ou melhor, pedalando, pelas ruas de João Pessoa.

“Entrou pela perna do pato, saiu pela perna do pinto. O rei mandou dizer que quem quiser que conte cinco”. Essa frase eu tirei da internet. No meu tempo de criança aprendi assim: “Entrou pela perna do pinto, saiu pela perna do pato. Rei, meu senhor mandou dizer você contasse quatro”.


Bem, eu vou contar uma: A viagem by byke pelo Canal de Midi na França. Na próxima escrita-viagem eu farei isso, mas tem que ser “devarinho”, aos poucos... Porque em vez de quatro ou cinco “contos” vou ter que contar pelo menos seis, o tempo que durou o percurso. Até lá...


Joane e Carito, em um de nossos passeios...

San e eu... por aí (interior RN)...






3 comentários:

  1. Principe!
    Tambem, se eu tenho uma princesa ....

    Beijo minha Bloguinha!

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  2. Amigos... sinto falta de pedalar com a realeza... pra mim os pedais que fiz com vocês foram incríveis, não importa se por lugares já visitados ou não. No fim, como você bem disse, o que importa é a sensação de "I feel good"!
    Maravilhoso o post e o blog, Ana Célia! Parabéns!
    Grande abraço,
    Paulinho

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  3. Oi Paulo, qdo vamos pedalar?? Marque aí!!

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