quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CANAL DU MIDI BY BIKE: De Castelnaudary a Carcassonne



O SEGUNDO DIA: De Castelnaudary a Carcassonne


Engraçado... Quando eu tou viajando nem tenho ressaca... Pelos vinhos que tomei na véspera... Bom, depois de acordar e fazer meus alongamentos habituais, fomos tomar um café da manhã massa nas margens do canal. Beautiful Day!

Escolhemos uma mesa no jardim e encontramos por lá alguns rostos conhecidos do primeiro dia de pedal. Uma família inglesa que já havíamos visto pedalando pelo canal, nossas “quase” amigas canadenses e mais umas duas duplas de “pedaleiros”.  Mais tarde, e em outros dias, ainda toparíamos com eles...

No "Hotel Du Canal": Le petit déjeuner.
Nossa meta desse dia (domingo, 11 de julho de 2010) era chegar a Carcassonne, cidade medieval, cuja parte alta chamada “La Cité” é toda amuralhada. Durante a Idade Média foi defendida por um grandioso conjunto de fortificações, e ainda hoje podem ser vista as muralhas que a circundam bem como seu castelo com inúmeras torres. Suas ruas estreitas estão sempre cheias de turistas.

Saímos do nosso hotel beirando o canal, e já não tínhamos asfalto pra pedalar. Era areia, ou pedras, ou pedras e areia... Trilhas duplas, trilhas estreitas, de todo o tipo... Mas, como já havia dito, tudo tranqüilo.

Saindo de Castelnaudary
Um pedacinho de trilha de cascalhos
Passamos por diversas cidades ou vilas, como sempre algumas bem próximas ao Canal e outras que avistávamos ao longe ou nem as avistávamos.  As vilas eram: Saint Martin Lalande, Villepinte, Bram, Alzonne, Ste Eulalie, Villesequeland, Caux, Pezens, Herminis, Pennautier e Carcassonne.

Cidades a beira do Canal


Paramos em Bram como planejado. Ainda bem que ficava “na beira” do canal. Bonita como nas fotos, ficamos por lá um tempinho aproveitando pra fazer um lanche. 


Do café-bar em que estávamos vimos passar “voando” do outro lado nossas amigas canadenses. Depois elas nos disseram que não pararam pra não perder tempo. Enfim, cada qual tem suas idiossincrasias (lá vou eu imitando Sinhazinha Rocha, tia de meu pai, que gostava de usar palavras “difíceis”)...

Em Bram
Em Bram (do outro lado do café-bar)
Como no primeiro dia, e nos posteriores, encontramos inúmeras écluses, e em algumas parávamos para ver o ritual dos barcos passando.

Nesse trecho começamos a ver vinícolas, ou pelo menos plantações de parreiras ou videiras, como se queira chamar. Enfim, “pé de uva” como diria o matuto. Muitas vezes de um lado tínhamos as uvas e, do outro, girassóis, e o canal no meio nos acompanhando (ou seríamos nós acompanhando o canal?). Muito bonito mesmo!

Plantações de uvas
Nas proximidades de Pezens resolvemos procurar uma vinícola pra visitar. Saímos do canal, com um calor de “matar”, pelas estradas sem as nossas companheiras “platanes” (as árvores do canal, lembram?). Lá fomos nós nessa busca. Achamos uma plantação, mas nenhuma “vivalma” apareceu... Continuamos. “Só mais um pouco...”. E nesse pouco a pouco, andamos uns tantos quilômetros e chegamos à vila de Pezens. 


Cansados e com sede e fome, paramos num bar. Não gostamos. Pedalamos mais um pouco e paramos num outro bar-restaurante, que parecia mais simpático. Pedimos um sanduiche de baguette com presunto, que tava uma delícia.

Num café-bar em Pezens
Aliás, aqui vale um parêntesis: o pão francês é demais, não tem igual! Baguette e croissants são as melhores coisas pra matar a fome num pedal desses! Café da manhã, então, sem esses pães, não dá!

Bom, a cidade não vale uma visita. Longe do Canal, e nem encontramos vinícolas visitáveis. Talvez pra quem vá de carro, até pode ser. E ainda tivemos que voltar esses tantos quilômetros pela estrada inóspita (como diria Sinhazinha), num calor danado...

Ao chegar ao canal demos graças a Deus por voltarmos à calma das águas e a sombra das platanes. Maravilha!

Recomeçamos o pedal, e lá na frente avistamos uma créperie, na beira do Canal, maravilhosa! Não resistimos, e apesar de já havermos comido o sanduiche, paramos naquela maravilha de lugar e pedimos um crepe. Que crepe! Hummm...

Olha o crêpe!
Écluse em frente a créperie.
Continuamos o pedal pelas margens do canal e quando estávamos perto de Carcassonne, olhando nossos papéis (planos de viagem) vimos que tinham duas opções de caminho para entrar na cidade: uma pelo canal e outra pela estrada. 


Pelo canal, não era recomendado. Dizia ser muito difícil. Só que... Perdemos a saída para a estrada. Ficamos naquela dúvida, “é aqui, não, não é, é mais na frente...”. Enfim, fomos pra frente e as trilhas cada vez piores, muito ruins mesmo a ponto de pararmos e “dar a mão à palmatória”. Erramos feio, e por alguns quilômetros. Ufa! Lá voltamos nós, pela trilha esburacada, cheia de lama e até perigosa. Enfim encontramos a saída, e chegamos à cidade. Na cidade baixa...

Da baixa até chegar à cidade alta, ainda tinha “chão” pra percorrer. E olhávamos lá pra cima, mas não tínhamos idéia de qual direção tomar pra chegar lá... Até que... Apareceu um senhor de bicicleta e muito solícito disse-nos pra acompanhá-lo. Deixou-nos em frente à subida para “La Cité”. Merci!
Santiago com nosso "guia" em Carcassonne. La Cité ao fundo.
Aí ainda tem história. Eu inventei de subir pedalando. Ia num fôlego só, com medo até de falar pra não parar. Santiago na frente e eu atrás. Santiago falava algo e eu “nem nem”... Pedalando e respirando, fui e cheguei. 


Quando paramos no alto, Santiago olha pra mim e diz “Vumbora”? Como é que é? Tinha ainda um pedacinho pra subir, mas só podia ser a pé devido à grande quantidade de turistas e ao caminho muito estreito. Eu disse “daqui não saio tão cedo, vou me sentar nessa calçada e nem sei a hora que posso me levantar... tou morta, oras”... 


Mas, finalmente descansei um pouco e super orgulhosa por eu ter conseguido subir de bike, me levantei e parti pra nova etapa: entrar em La Cité!

Eu sentada, cansada, às portas de La Cité - Carcassonne

A pé, empurrando as bikes, entramos na cidade, ou melhor, nas muralhas da Cité. Entramos com Santiago filmando todo o tempo e eu reclamando porque ele não me ajudava a achar o hotel (“pára de filmar Santiago, procure o hotel, droga vamos passar desse hotel...”). Muito pequena La Cité de Carcassonne pra alguém se perder. Perguntamos e achamos nosso hotel.


Entrando nas muralhas de Carcassonne...

Ah! Tinha me esquecido de dizer que havíamos escolhido um hotel dentro das muralhas. Excelente escolha, um hotel de primeira, tipo medieval por fora e moderno por dentro. Tirando a subida de bike que quase me mata, valeu à pena!


Depois de alojados e de um bom banho, fomos passear pela cidade e comer, claro! Um jantar no restaurante do hotel, com fois-gras e um bom vinho “nacional” fechou o dia (ou a noite) com nota dez. 
Em La Cité (Carcasonne)

Fois-Gras!





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