terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CANAL DU MIDI: E DEPOIS DO PEDAL? - OS DIAS EM SÈTE

Bikes "estacionadas" em Marseillan, antes de Sète.
Introduzindo...
Depois de pedalar quase uma semana pelo Canal de Midi, ficamos quatro dias em Sète, três em Bordeaux e dois em Toulouse. A partir de agora, vou contar um pouco desses outros dias, sem bike...
Chegando a Sète, tínhamos alcançado nosso objetivo: Cruzar o Canal de Midi, de Toulouse (onde começa) até Sète, atingindo um dos propósitos da construção do mesmo, chegar ao Mediterrâneo (atualmente usado não mais para comercializar e sim para "turistar").
Não iniciamos nossa viagem-passeio no Atlântico porque nossa intenção era “fazer o Canal de Midi”, e de bicicleta. O mesmo começa (ou termina) em Toulouse, onde se conecta ao canal de Garonne (abastecido pelas águas do rio do mesmo nome), dando continuidade a este (ou vice versa). 


Assim , o Canal Du Midi "vai" de Toulouse até a lagoa de Thau, onde se junta ao canal de Rhône para atingir o mediterrâneo, tendo Séte como principal porto.
Já o Garonne desemboca no Atlântico num grande estuário em Gironde (depois de se juntar ao rio Dordogne) logo após a cidade de Bordeaux próximo a Castets-en-Dorthe (ver detalhes do Canal Du Midi em http://whc.unesco.org/en/list/770 e do Canal de Garronne em http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1254261).
Os dois canais: do Atlântico ao Mediterrâneo (ou vice-versa)
Não fomos ao Atlântico de bike, mas fomos de trem (levando as bikes, claro!). Nesse primeiro texto “pós bike” vou falar sobre Sète!

EM SÈTE
O canal principal de Sète e o Monte Saint Clair atrás.
Um pouco de história
Sète, como já foi dito é considerada a “Veneza do Languedoc”.  Muitos canais cruzam a cidade e refletem as fachadas das suas casas coloridas. Com cerca de 40.000 habitantes, é uma balneário e fica na encosta do monte Saint Clair, entre a lagoa de Thau, o mar e os canais, sendo um dos maiores portos do Mediterrâneo.
Sète, durante a noite (o canal principal)
Vista de cima do Monte Saint Clair
A lagoa de Thau é um lago de água salgada fechado onde se “cultivam” ostras e mexilhões. A pesca é uma das principais indústrias em Sète. A gastronomia é rica em frutos do mar e peixes, e o turismo ocorre principalmente em torno do canal principal e do porto de pesca, com seus barcos e inúmeros restaurante e bares, a se escolher.
Produção de ostras e mexilhões na Lagoa de Thau. Sète ao fundo com o Monte Saint Clair.


Mexilhões (http://www.huitres-bouzigues.com)
Ostras (http://www.huitres-bouzigues.com)                        
Paul Valery, o poeta,  e Georges Brassens, cantor e compositor, nasceram lá.
É uma cidade cosmopolita com muitos estrangeiros, em particular italianos, que  conferem à cidade um clima pitoresco. Na verdade Sète se parece um pouco com algumas cidades italianas, como se os habitantes tivessem alma italiana. Muitas vezes, eu mesma esquecia que estava na França e pensava estar na Itália...
"As Justas" na água são um dos esportes mais praticados por lá e, se originou na fundação do porto em 1666. As Joutes consistem em dois barcos com duas equipes que lutam uma contra a outra, com homens vestidos de branco (com detalhes em azul ou vermelho) e armados com varas e um escudo, procurando desestabilizar o equilíbrio do oponente, e que ficam em partes mais altas do barco, tipo uma “prancha”.
As "Joutes"
Sète tem 12 km de praia com areia fina, com um litoral formado por antigas salinas e vinhas, separando o mar Mediterrâneo da lagoa de Thau. Nas praias, podemos usufruir de bares modernos e com ótima comida. São praias que valem a pena para um bom mergulho e para ficar curtindo a paisagem em bares de alto padrão!
Na praia de Corniche, Sète.
 Nossos dias em Sète...
Bom, voltando à nossa viagem, ficamos quatro dias em Sète. Nesses dias, além de curtir o centro de Sète, com seus bares e restaurantes, seus canais, o mercado e o Monte Saint Clair,  fizemos várias outras atividades. Passeios de barco, ida às praias, festival de jazz no Teatro de La Mér (um teatro fantástico de frente para o mar e na subida no monte)...
Passeio de barco...
Bar La Ola... Um brinde!
No bar La Ola, na praia em Sète.




O festival de jazz, no teatro de La Mér.
Ah! Conseguimos assistir a uma joute, quase em frente ao nosso hotel. Da varanda dava pra ver... Falando no hotel, era um hotel bem legal, no canal principal, com varanda e com fachada antiga, mas reformado por dentro...
A fachada de nosso hotel, à noite.
Também alugamos um carro e fomos até Bouzigues, passando por Mèze e arredores. Bouzigues é famosa pelas ostras e mexilhões. Mèze também, só que mais rústica e menos famosa. As duas são charmosinhas e ficam às margens da Lagoa. Comemos em Bouzigues num restaurante de pescadores, indicado por uma vendedora de uma boutique em Mèze. Comida boa e preço bom! Valeu!




No restaurante em Bouzigues.
Mèze
Depois de dias de ócio e diversão, fomos pra Bordeaux como planejado. Pegamos novamente nossas bikes, até então guardadas na garagem do hotel, e, pedalamos até a estação de trem.
Na estação de trem em Sète.
Passei um sufoco, quando percebi que os trens paravam rapidamente, por cerca de dois minutos apenas... Tinha que encontrar o vagão das bikes, o nosso (que era diferente do das bikes), subir no trem com a bike, etc. e tal. Mas, deu tudo certo. Santiago me ajudou subindo a minha e eu fui procurar o local de bicicletas no trem. 


A chegada à Bordeaux, na saída do trem, foi um pouco mais estressante, mas depois dessa primeira vez, fiquei mais tranqüila para as próximas...
As bikes no trem...
Chegando a Bordeaux.
De Bordeaux, pegamos outro trem pra Toulouse. No próximo texto contarei...



2 comentários:

  1. Que ostra gigante e essa? uma delicia!

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  2. iac iac iac!!! Pois é, mas tivemos que pedir azeite de oliva e ficaram olhando estranho pra a gente... hehehe! eles só colocam limão...

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