segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

VIAGENS: O COMEÇO

UMA VIAGEM NA INFÂNCIA, DESCRITA COM OS OLHOS E ALMA DE CRIANÇA...

Comecei a viajar aos cinco anos. Viagem grande, de avião! Antes disso só fiz viagens curtinhas pras praias do RN, como Genipabu, Santa Rita, Redinha... Ah, e também pra Macaíba, onde minha mãe nasceu. Lá tinha lá um sitio que tinha sido dos pais dela, mas, ainda tava na família, com uns parentes próximos... Íamos em busca de jabuticabas. Era uma festa!

Meu pai foi fazer um curso de especialização no Rio, e lá fomos nós com ele. Aliás, uns dias depois dele. Eu, meu irmão João, e minha mãe, acompanhados de “Dona” minha ex-babá, que depois virou uma “faz tudo”.

Me lembro das nuvens branquinhas abaixo do avião, que pra mim pareciam algodão. Quando chegamos no nosso apartamento no Flamengo, alugado das “Filgueiras” (amigas de meus pais), tava cheio de coelhinhos da páscoa. Coelhinhos de chocolates e doces variados, tudo arrumadinho numa mesa na cozinha. Meu pai tinha comprado pra nos esperar! Me lembro dos coelhos e dos doces como se fosse hoje!

Lá, fui estudar num colégio na Rua Paissandu, bem perto d’ agente. Íamos a pé (http://www.eucaristico.com.br/). No colégio tinha uma goiabeira que eu costumava subir, e me balançar, enquanto esperava alguém me buscar. Beatriz, uma coleguinha, sempre esperava junto comigo. Mas, ela era meio chata e gostava de deixar as colegas constrangidas, pois, por qualquer coisa dizia “papai do céu não gosta disso não...”.

Eu na goiabeira do Colégio
                                           
Marina era outra coleguinha, que tinha uns cabelos parecidos com cabelos de anjo (pelo menos pra mim), e, que eu gostava mais. Ah, e tinha um menino que se chamava Henrique dos cabelos loiros e grandes. Tínhamos que arrumar a sala depois das aulas, e isso era feito em duplas. Cada dia as professoras escolhiam uma dupla. Eu ficava na espera que me escolhessem com Marina ou Henrique (ôps!).

Aos domingos, eu e meu irmão, brincávamos na construção do Aterro do Flamengo, com baldes e pás de plásticos coloridos. Até hoje, eu adoro coisa de plástico colorido. Não posso ver aqueles camelôs com coisas coloridas que me dá vontade de parar e comprar. De baldes, pás, bolas a bichos de plástico, é comigo mesmo. Quanto mais coloridos mais me atraem!

  Meu pai e meu irmão, no Aterro em construção.
 Eu e meu irmão brincando no Aterro do Flamengo.
                                      
Também passeávamos na barca Rio-Niterói, íamos à Ilha do Governador visitar um tio de meu pai, e, à Paquetá. Era uma delícia!

Íamos a todos os pontos turísticos, até ao Monumento dos Pracinhas. Meu pai tinha uma mania de visitar esses monumentos de honra aos mortos da Segunda Guerra, pois ele se dizia um ex-combatente. Quando fomos a Pistóia, na Itália, tempos depois, ele dizia: “meu nome poderia estar aí”! Minha mãe falava que ele não passou das praias de Fortaleza, mas ele rebatia prontamente dizendo: “e o estresse de ficar esperando ser chamado a qualquer instante?”...

       Meu pai, comigo e meu irmão, no Monumento aos Pracinhas.
                                                   
Da Floresta da Tijuca até ao Centro brincar com os pombos, tudo era um programa animado!

Como não poderia deixar, fomos também algumas vezes ao Corcovado e Pão de Açúcar. Me lembro de uns bichos, especialmente um pato de madeira, num canto lá do Pão de Açúcar (ou seria do Corcovado?) pras crianças brincarem... No Pão de Açúcar, criança até cinco anos não pagava, e, quando eu já estava quase dentro do bondinho, falei: ”mas eu já tenho seis anos”. Foi um vexame. Criança diz cada uma!

Meu pai comprava bolas de encher com gás pra mim, que subiam pelos céus. Adorava ver essa cena! No meu aniversário minha mãe fez uma festinha, toda organizada, mas faltou bola pra mim. Fiquei emburrada num canto...

Vovô, que passou uns tempos por lá com minha vó, me fez comer um pedaço de isopor. Disse que era feito de ovo, e eu “burrinha” resolvi experimentar. Brincava também no apartamento com meu irmão, João. Na época ele era quase um bebê (tinha dois anos) e era um pouco gorduchinho (pelo menos eu lembro de suas bochechas!). Eu adorava dar uns beliscões nele! Pra mim ele era quase um boneco.

De passeios com meus pais e avós, meu irmão e Dona, foi minha temporada de um ano e poucos meses (ou dias?) no Rio de Janeiro. Foi ótimo. Quase um sonho de tão bom! A volta também. Curti bastante o avião e as nuvens de “algodão”!
        Minha mãe, comigo e meu irmão, nos passeios pelo Rio...

Essa foi minha grande primeira viagem. Depois, meus pais nos levariam sempre, uma ou duas vezes ao ano, em viagens de férias. E assim, conheci quase o Brasil inteiro e alguns lugares da América do Sul. E assim, aprendi com meus pais a gostar de viajar pelo mundo afora...

Confesso que, lendo tudo isso, tá parecendo uma redação de criança. Enfim, escrevi com minha alma de criança. Voltei literalmente àqueles tempos...







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